MDNA 2012 – Morumbi São Paulo
007 - Operação Skyfall comemora os cinquenta anos de James Bond
Um filme empolgante do começo ao fim. Assim posso descrever 007 - Operação Skyfall o novo longa-metragem de franquia mais antiga e lucrativa do cinema mundial. Com uma fotografia perfeita, cenas de tirar o fôlego e ainda as interpretações primorosas de Judy Dench e do galã Daniel Craig a saga chega aos 50 anos em grande estilo e com muito mais ação.
Desde o primeiro filme “007 contra o satânico Dr. No” lançado nos anos 60 até hoje,
A história atual começa com Bond na Turquia perseguindo um mercenário que roubou um disco rígido que revela as identidades agentes da OTAN infiltrados em organizações terroristas pelo mundo. Muitos tiros, correria e cenas frenéticas de perseguição sob um trem em movimento, que termina com um disparo acidental de uma agente da MI-6 que supostamente mata James Bond.
Diferente dos 2 filmes anteriores (Cassino Royale e Quantum of Solace) estrelados por Creig que interpretou um 007 mais sisudo, Operação Skyfall traz o agente mais falante, sarcástico e sorridente doq eu nunca, e ainda nos revela o passado de Bond. Alias o nome do filme é uma referência a propriedade da família Bond no interior da Escócia, o rancho Skyfall onde James foi criado antes de ficar órfão.
Nesse último filme a chefe da MI-6, “M” interpretada por Judy Dench, aparece em toda a historia , aliais a trama se desenvolve ao redor dela que é perseguida por um ex-agente, Raoul Silva, que deseja se vingar da antiga chefe, pois para proteger os segredos da organização foi capturado e torturado pelos cineses. E culpa M por sua captura.
A Bond gril de historia é vivida pela atriz inglesa Naomie Harris que interpreta Eve que e é a responsável pelo tiro acidental que, supostamente mata Bond no inicio do filme. Naomie, inclusive, é a segunda atriz negra a fazer par com 007, a primeira foi Halle Berry em “Um Novo Dia para Morrer”.
A música também é marca registrada do filme, e dessa vez o tema da aventura é cantado pela britânica Adele, que interpreta divinamente a canção que leva o mesmo nome do filme.
A renúncia religiosa
Jovem fala das dificuldades de ser aceito como ateu
Por Josemir de Sousa
Logo que encontrava uma igreja onde a doutrina fosse de acordo com os preceitos seguidos, passavam a conviver naquele grupo e o jovem Adams acompanhado por seus irmãos adotavam uma rotina. “Íamos à igreja quatro vezes por semana, e aos domingos era o dia em que ficávamos mais tempo, pela manhã a escola dominical e a noite o culto para ouvir a pregação do pastor”. Adams se diz um rapaz curioso a respeito de Deus e desde a infância gostava de ler a respeito. Com o passar dos anos o jovem passou a utilizar seus conhecimentos para se aprofundar mais nos temas da religião, e a cada nova descoberta surgiam logo alguns questionamentos, que ele tentava buscar espostas através de debates com os orientadores da igreja e em casa com os familiares.
Porém, como muitas vezes suas dúvidas não eram respondidas de maneira coerente e, principalmente, não traziam nenhum argumento convincente, àquela altura ele já não estava tão seguro da sua fé. “Sou um amante da psicologia e percebia que, no geral, os pastores se valem de elementos desta ciência para manipular os fiéis e isso ficava claro para mim quando eles usavam de elementos simbólicos como, por exemplo, a oração sobre um copo com água e sobre outros objetos”.
Com o passar do tempo voltou sua atenção para outros interesses além da igreja, se aproximou de pessoas fora do meio religioso. Passou a freqüentar festas, bares e outros lugares que antes jamais se atreveria a ir sem culpa. Em casa a situação com a família não andava nada bem. Segundo Adams, seus pais já percebiam sua mudança e passaram a tratá-lo de forma indiferente, sua mãe (a quem ele considerava uma amiga) o tratava agora friamente tendo, muitas vezes, deixado de falar com ele.
O jovem percebia ali que a mudança de pensamento em relação às crenças estava abalando seu convívio em casa. “Eu não admitia que pessoas que se julgavam racionais agissem de forma tão ignóbil, mais parecia uma excomunhão”, comenta. Embora soubesse que a situação não agradava a família, jamais esperava sofrer tantas represálias. Contudo, o maior abalo ocorreu quando um dia, após voltar do trabalho, percebeu que suas coisas não estavam mais em casa. A explicação de todo o ocorrido estava em uma carta entregue por seu cunhado.
Nela, a mãe do jovem dizia que ele seria sempre bem vindo naquela casa, porém, devido ao seu novo comportamento já não poderia estar mais ali. “Me senti traído pela minha família e, principalmente por minha mãe’’. Desde então vive em companhia de amigos e mesmo tendo tido alguns contatos esporádicos, não se arrepende de seu modo de pensar. “Às vezes me vem a mente memórias daquela época e isso me faz sentir uma rápida saudade, mas a razão sempre me vence, talvez tenha sido melhor assim, eu não
ia consegui mudar o pensamento deles e nem eles mudar meu”. Mesmo tendo passado por tantas dificuldades após a saída da casa dos pais, Adams se sente mais leve e seguro em suas idéias com relação à crença no sagrado, para ele a liberdade conquistada de forma abrupta o fez conquistar um novo mundo, um novo estilo de vida, sem amarras religiosas. A atitude de sua família, só veio reforçar o que já pensava anteriormente. “A religião é uma mitologia contemporânea”. Finaliza
Matéria publicada na REVISTA ACTO - Publicação experimental para o Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo FIB em Nov. de 2009
Foto: Josemir de Sousa
Quais são as práticas religiosas dos jovens
Pesquisa revela que no Brasil muitos jovens se declaram extremamente religiosos, com isso, católicos e evangélicos “disputam” a atenção dos novos fiéis
por Josemir de Sousa
Em um levantamento do instituto Bertelsmann Stifung da Alemanha, em julho de 2007, realizado com jovens de 21 países, verificou-se que o Brasil possui a terceira população jovem mais religiosa do mundo. Cerca de 65% dos pesquisados se declaram profundamente religiosos. Outra pesquisa, dessa vez realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000, mostra que as religiões com mais adeptos no país são os católicos, seguido dos evangélicos. A pesquisa reflete que a igreja Católica continua com o maior número de fiéis, porém há por parte dos que assim se declaram inúmeros questionamentos e dúvidas sobre as práticas atuais e, com isso, a procura por outras instituições conseqüentemente, aumenta.
A pesquisa revelou que os evangélicos, na ocasião, totalizavam 9,05% subindo na ultima avaliação para 15,45% um número bastante considerável. O aumento do número de protestantes em relação aos católicos vem ocorrendo principalmente pelo envelhecimento da instituição, que não tem acompanhado as novas práticas da busca pelo sagrado. Principalmente no que diz respeito aos fiéis mais jovens. Para o pesquisador e historiador Grimaldo Zachariadhes, o catolicismo precisa se renovar o quanto antes para que este processo de perda não continue. Para Zachariadhes a inflexibilidade da instituição fica bastante
evidente quando ela assume posturas como, por exemplo, a condenação da prática do sexo antes do casamento; do uso da camisinha e outros métodos contraceptivos; do aborto em casos de violência sexual; dos estudos com células-tronco, dentre outros.
Essa rigidez da igreja tem feito com que muitos jovens nascidos em berço católico renunciem a religião. Este é o caso de Iris Assunção, 20 anos, freqüentadora da igreja Batista, “Fui por muitos anos católica, (não–praticante), conheci também o espiritismo, porém não senti Deus, tão presente na minha vida, como sinto agora, e na religião católica existiam situações que eu discordava e isso não me fazia sentir bem lá”, afirma. Tendo o pai católico e a mãe evangélica, ela fala que sentiu mais segurança quando passou a congregar na sua igreja atual e hoje se sente pertencer a algo. “Sinto-me mais protegida porque passei a ter certeza absoluta que Deus existe que ele está comigo.” Completa a jovem.
Preocupada com a perda dos fiéis, a igreja Católica já vem tomando providências a fim de manter e atrair mais jovens. Essa nova postura da instituição consegue ser percebida na Renovação Carismática Católica. Movimento que busca dar uma nova abordagem às formas de evangelização e mudar as práticas tradicionais dos rituais católicos. No Brasil, a RCC foi influenciada inicialmente pelos cultos evangélicos. Porém, para o historiador Zachariadhes, a mudança nesta instituição, burocrática, milenar e romana pode demorar muito a ocorrer. De acordo com o padre Carlos André da Cruz, a igreja tem olhado para o jovem com predileção e preocupação, principalmente pelos inúmeros desafios que o mundo de hoje os impõe. Além disso, aspectos como o desemprego, a violência, a educação e as drogas tem colocado a comunidade católica em constante estado de alerta.
De acordo com o Pe. Carlos, as transformações nessa fase da vida são muitas, cada vez mais rápidas e a presença da igreja se torna cada vez mais necessária. O religioso afirma que a presença da igreja no universo jovem é fundamental, pois conseguir congregar essas pessoas é essencial para a sobrevivência da instituição. Para ele é importante que o evangelizador de um jovem seja outro jovem. “Uma ação da igreja é abrir espaços para que eles vivam a fé do seu jeito”, comenta. Pe. Carlos ainda afirma que o movimento da renovação carismática, vem cada vez mais conseguindo trazê-los de volta a igreja, sendo que hoje, os mais novos têm a necessidade de estar onde se sentem bem e em absoluta liberdade para fazer suas escolhas.
É o caso da jovem Ingrid Barbosa, de 23 anos, que há um ano decidiu se engajar na Renovação Carismática Cristã. Na RCC, encontrou a verdadeira vontade de permanecer em um grupo religioso e desde então passou a freqüentá-lo pelo menos uma vez por semana. “Fiquei muito entusiasmada com os louvores (cânticos) e a emoção das pessoas que estavam presentes, senti uma aproximação maior com Cristo. Aquele lugar conseguiu me transformar de forma inigualável e eu senti a minha fé de verdade.”, relata a jovem.
Matéria publicada na REVISTA ACTO - Publicação experimental para o Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo FIB em Nov. de 2009
Grafico : Prof. Henrique
Bola de Neve: a nova igreja evangélica
por Josemir de Sousa
O último recenseamento populacional do IBGE, realizado em 1996, mediu a população jovem no Brasil e de acordo com a pesquisa, o número de brasileiros com idade entre 15 e 25 anos vem diminuindo gradativamente desde a década de 70, porém, ainda é fato que os mais novos representam uma parcela significativa do contingente populacional do país. Por isso as igrejas evangélicas buscam atrair os fieis cada vez mais cedo. Em uma manhã de domingo na praia de Piatã, orla de Salvador, um grupo de jovens foram reunidos no fim de semana, para o batismo coletivo. Eles de mãos dadas caminhavam juntos em direção ao mar formando um círculo, orando e cantando músicas religiosas. Esse é o ritual de iniciação, que mais tem atraído a atenção da comunidade jovem atualmente no Brasil, a Igreja Bola de Neve conhecida como a igreja dos surfistas.
Na Bahia, a Bola de Neve está presente desde 2001 e tem como principal líder no estado, o pastor Vilmar Lopes Junior, 41 anos que prefere ser chamado de pastor Junior. A atual sede da Church (palavra em inglês que significa igreja e é como os fiéis chamam o templo) fica localizada no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Quem passa na frente do templo, fica no mínimo intrigado, a fachada da igreja lembra uma academia de ginástica ou uma mesmo uma loja de surfwear, isso devido ao colorido e as imagens de esportes radicais plotadas nas janelas de vidro do local. Dentro do lugar mais uma surpresa, o púlpito é uma prancha de surf suspensa por cabos de aço e sobre ela, a Bíblia. Deste cenário o pastor comandará por mais de duas horas o culto, que está sempre lotado na maioria de adolescentes e jovens adultos, fugindo completamente do estereótipo de crentes nas vestimentas e na atitude.
No culto, os freqüentadores vão bem a vontade usando bermudas, camisetas e bonés. Isso não é exclusivo apenas dos fiéis, inclusive o pastor se veste da mesma maneira. Para o pastor Junior, o que atrai o jovem a freqüentar a Bola de Neve não é a infra-estrutura do local, nem o modo como os fiéis se vestem e sim, a maneira como eles são percebidos. “A igreja tem como principal objetivo permitir que a geração que tem um perfil alternativo (músicos, adeptos de esportes radicais, entre outros) se aproximem dos ensinamentos bíblicos”, afirma. Junior comenta que as igrejas, independente da religião, têm sempre um grupo jovem, porém, na Bola de Neve, isso é o diferencial. “Eu não tenho aqui um grupo de jovens, tenho uma igreja de jovens, cada igreja tem um alvo, em algumas esse alvo são senhores e senhoras, outras são casais e outras o alvo são famílias, aqui o nosso alvo é o jovem”, comenta.
A maneira como a instituição percebe os jovens é o que tem atraído a cada vez mais freqüentadores do templo. Dauton Reis, 30 anos, presbítero da BN em Salvador, afirma que o templo recebe cerca de 200 visitantes por mês e muitos deles acabam ficando, como é o caso de Rafael Matos, 17 anos. Em pleno domingo de carnaval ele conheceu o culto da Bola de Neve. “Enquanto toda minha família ia para Avenida (termo usado para designar o principal percurso de trios do carnaval de Salvador) eu fui para a igreja”, conta ele. O jovem nasceu em uma família católica não-praticante e sempre se sentiu atraído pelo ambiente religioso. “Procurei uma igreja por muito tempo, participei de centros espíritas e até outra igreja evangélica com regras rígidas, mais para mim não passava de um monte de baboseira. Aqui, pela primeira
vez, me identifiquei”, afirma.
Histórias como a de Rafael reflete o que a socióloga Solange do Santos Rodrigues chama de “busca pelo sagrado”. De acordo com a cientista, freqüentemente se encontra jovens que em um curto período passaram por diversas experiências religiosas, a fim de encontrar respostas para suas dúvidas e angústias existenciais. Para o pastor Junior, o aumento de jovens procurando as igrejas, sobretudo as evangélicas, se dá pela própria percepção dele que a falta de limites é destrutiva. “Em meio ao mundo turbulento em que vivemos tudo que as pessoas procuram é paz e alegria, que permanecem independentemente das circunstancias ou problemas”, comenta.
O principal atrativo da Bola de Neve é que a igreja permite aos seus fiéis uma liberdade pouco vista nas demais igrejas evangélicas, dando a eles a possibilidade de buscar o que deseja sem se sentir obrigado a nada e que o saber ouvir sem condenar faz a diferença. “Nós trabalhamos com pessoas que chegam com todo o tipo de problema, e isso é uma situação aberta, a igreja não condena ninguém, nós trabalhamos com a tolerância, até o momento em que cada um perceba sua dificuldade e comece sua transformação”, acrescentou o Pastor.
Como na maioria das igrejas evangélicas, o culto na BN começa ao som de músicas de oração. A banda da igreja dá aos louvores uma nova roupagem musical que mistura pop, rock e reggae. Quem passa do lado de fora do templo e ouve aquele som, pode até pensar que se trata de um show, não dá para imaginar que ali jovens estão reunidos para louvar a Deus. O culto segue, o pastor inicia o sermão sempre bastante irreverente, lê trechos da Bíblia, ora, chama a atenção para as principais atividades da igreja, pede a contribuição. Por falar em contribuições, assim como a maioria das instituições religiosas a BN também pede a colaboração dos fiéis, e para quem acha que eles não são tão assíduos como os mais velhos, engana-se.
De acordo com o líder do templo, os jovens da Bola são bastante presente nas contribuições, é essa fidelidade que garante que as contas do templo sejam mantidas em dia. Em suma, a Bola de Neve tem como o objetivo aproximar os jovens da religião. Para isso, conta com uma ferramenta que o jovem conhece bem, as novas tecnologias mais precisamente a internet que há muito tempo caiu no gosto popular. A igreja possui um site que mais parece uma loja de surfwear do que um templo virtual. Na rede de relacionamento, Orkut, é fácil encontrar centenas de comunidades relacionadas à instituição e são nessas que os seguidores da BN postam suas dúvidas e experiências na igreja para que outros interessados tenham a possibilidade de conhecer o trabalho. Mesmo com uma linguagem voltada para um público jovem, é aberto a todos, freqüentam mães, pais e até avós que podem ser vistas no templo.
O Pastor diz que essa é uma das principais funções da religião, fazer com que esses jovens possam cada vem mais estar próximo do ambiente familiar. “Hoje conseguimos trazer também a família toda para igreja, nosso público é o jovem, mas as pessoas de mais idade que estão aqui são pais dos que freqüentam a igreja, e eles são bem vindos aqui”, comenta.
Matéria publicada na REVISTA ACTO - Publicação experimental para o Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo FIB em Nov. de 2009
Foto: Josemir de Sousa