Ondas Lamb otimizam tempo na indústria


Por Josemir de Sousa

Nova técnica de ultra-som é mais vantajosa para realizar Ensaios Não Destrutivos, reduzindo impacto ambiental e financeiro

A pesquisadora carioca Teresa Farias é uma das primeiras profissionais a fazer Ensaios Não-Destrutivos utilizando ondas de Lamb. Teresa, professora do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet/BA), é doutora em engenharia metalúrgica e de materiais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisou em sua tese, o uso de ultra-som com ondas Lamb em Ensaios Não Destrutivos (ENDs).

Os ENDs, são testes realizados em materiais para verificar a existência ou não de descontinuidades ou defeitos sem alterar as características da peça e sem interferir em seu uso posterior. A indústria é a área que mais os utiliza para trazer qualidade, reduzir custos e garantir a integridade estrutural. O vasto uso de Laminado Fibra Metal (LFM) nas diversas áreas da indústria, como por exemplo, na fuselagem da maior aeronave já produzida, o A380 da Airbus, foi o motivo que impulsionou as buscas de técnicas não-destrutivas eficazes para o monitoramento de danos comuns a materiais compósitos laminados, garantindo a sua segurança.

O estudo foi realizada em cinco etapas e trouxe como resultado o que a pesquisadora já previa: “as ondas de Lamb podem ser utilizadas na detecção de defeitos em Laminado Fibra Metal”, afirma. O estudo contou com a colaboração do orientador da pesquisa, Marcos Ribeiro, e do biomédico especializado em ultra-som, João Carlos Machado. Apesar da área de atuação da pesquisadora não ter relação com medicina, a colaboração do biomédico foi necessária, pois os princípios do ultra-som utilizados na pesquisa são os mesmos dos utilizados na medicina. O trabalho foi financiado pelo Laboratório de Ensaios Não Destrutivos (LABOEND), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os investimentos de setores que incentivam a produção científica reafirmam a importância do projeto, que teve como objetivo inspecionar os LFM, com o intuito de reduzir o impacto ambiental e, sobretudo, financeiro à indústria. Segundo a pesquisadora, a Bahia ainda não possui tecnologias para desenvolver o ENDs. Por isso, para comprovar os resultados de sua pesquisa, Teresa solicitou a produção de corpos de prova de LFM, que foram produzidas pela Vrije Universitit Brussel, na Bélgica. O material, em forma de placas, foi submetido ao experimento para detectar as irregularidades.

Após sua confecção, ele foi empilhado de forma variada, para identificar onde se encontram as desconformidades. Isso é feito para que as ondas de lamb possam encontrar os defeitos na peça, independente de como elas estejam colocadas. Cada vez mais usados nas indústrias de aviação, automobilística, ferroviária e de telecomunicações, os chamados compósitos Laminados Fibra Metal (LFM), que consistem de camadas alternadas de finas chapas metálicas e fibras, como a de carbono, vem sendo pesquisados, a fim de que sejam encontradas possíveis falhas em sua estrutura que ponham a segurança em cheque.

O uso das ondas ultra-sônicas de Lamb em ensaios não-destrutivos ainda não é uma técnica bem estabelecida, explica a pesquisadora. Embora áreas específicas de aplicação sejam encontradas, como a indústria, há pouca informação disponível sobre a utilização destas ondas nas pesquisas em materiais compósito laminado fibra-metal com a finalidade de detecção de desconformidades. Quem conhece as técnicas de END confirma a importância da pesquisa, como o engenheiro Rodrigo Silveira. “Esse tipo de END, apesar de oneroso, em certa medida é fundamental para a redução de custos no setor industrial, uma vez que a qualidade dos produtos inspecionados garante mais durabilidade das peças”.

O maior benefício é que, pelo fato das ondas se propagarem por toda a espessura da peça, “isso otimiza tempo por conseguir identificar desconformidades nas peças sem precisar destruí-las nem retirá-las de operação além de permitir encontrar anomalias em áreas de difícil acesso”, completa ele. Teresa identificou uma carência no que diz respeito à pesquisa e utilização de ENDs no Nordeste. As empresas desta região, quando desejam realizar ensaios utilizando essa tecnologia, buscam empresas situadas no Sul do País. Devido a isso, contando com ajuda de outros profissionais, ela está criando um grupo de pesquisa em ENDs na Bahia, a fim de dar suporte em pesquisa e extensão nessa área.

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Matéria Publicada no Jornal Infociência - O primeiro jornal de ciência e tecnologia da Bahia: Ano V - Número 18

Imagem: A380 da Airbus, - Google




Um comentário:

Lane Santos disse...

Muito culto você heim
tô gostando de ver
muito massa seu blog
é só divulgar que vai bombar
bju
madame riso rsrsrs